Há alturas da vida em que as coisas são mais fáceis, as pessoas mais interessantes e o tempo mais perene. Que belos tempos são esses. Todos temos direito a eles e deles devemos tirar o máximo proveito. Mas existem outras ocasiões em que as coisas se complicam, as pessoas nos repelem - ou nos dão com que nos preocupar - e o tempo escapa por entre as rachas da nosso quotidiano. A minha vida está numa situação mista de ambas as situações. Não é uma boa sensação.
Por um lado, sinto-me afortunado pelo tempo livre que disponho, pelas situações e possibilidades a que tenho acesso, pelas pessoas que me rodeiam e formam o núcleo duro da minha vida. Por dispor de tempo para apreciar as coisas que mais me estimulam, de poder conviver com as pessoas que mais me interessam e me fazem feliz. Eu sou extremamente sortudo, e a maioria das pessoas diria que não tenho razões de queixa. Antes pelo contrário. Que eu até nem mereço metade do que tenho. E eu sinto-me um bocado mal por isto...
Por outro lado, a minha vida ainda não seguiu o rumo que pretendo. Deixei-me levar pelas coisas boas e pelas menos boas... Sinto-me espartilhado por algumas escolhas que fiz e por outras que fizeram por mim. E sinto que estou à beira da felicidade, mas não a consigo alcançar. Por mais que me esforce. Alguns dirão: "mas se tens a felicidade ao teu alcance, porque não a tomas?" Porque nem tudo é tão fácil como parece, e que nem todas as condições estão (ainda) reunidas.
Como pessoa social e que se preocupa com os demais, a minha felicidade depende em grande medida dos que me rodeiam. Depende da felicidade que atingem e de como eu sinto com eles as coisas menos boas da vida. Talvez seja demasiado drástico, mas eu mais depressa me sinto infeliz pelos outros do que por mim mesmo. Custa-me mais ver que outros sofrem e, pior que tudo, não conseguir mudar isso por mais que me esforce.
Esforço. É esta a palavra chave. Porque quando se faz alguma coisa e ela concretiza-se no pretendido, não é esforço. É acção. Mas quando agirmos e mesmo assim as coisas não se corrigem ou mudam, o esforço acumula-se.
Tenho que gerir melhor a forma como me esforço, tentando que seja o mais útil possível. Fazer com que cada coisa que faço conte para aquilo que mais vale a pena. É complicado, é cansativo, mas não sei viver de outra forma.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
Auto de Contrição
O inferno existe, o inferno está cheio de boas intenções. Isto é o que eu aprendi. Por mais que sejamos bem intencionados, as nossas acções são desgarradas, fogem muitas vezes ao que apelidamos de racional. E viram-se contra nós, fazem de nós marionetas descoordenadas num bailado tétrico e doloroso. Eu pensava que era superior a esta condição. Do alto da minha credulidade vã e infantil pensava que tinha tudo controlado. Mas tal não era verdade...
Pior que sermos reféns dos nosso actos irreflectidos é serem os outros a pagar caro por estes, são penalizados sem que para isso tenham feito algum mal. E penalizamos sempre aqueles de quem mais gostamos quando tomamos atitudes irreflectidas. O que só pode custar mais a engolir.
Pior que sermos reféns dos nosso actos irreflectidos é serem os outros a pagar caro por estes, são penalizados sem que para isso tenham feito algum mal. E penalizamos sempre aqueles de quem mais gostamos quando tomamos atitudes irreflectidas. O que só pode custar mais a engolir.
Se expiação houvesse para tal crime, pelo que infligimos nos outros, seria a de ficarmos encerrados num inferno de auto-comiseração e de lamento. Custa saber que o que fizemos de mal não pode ser desfeito, mas tal é a condição de um adulto responsável. Nestes momentos de pânico e constatação do mal provocado, de nada vale a bondade de coração, ou o vão desejo de querer remediar o que foi feito ou proferido. A palavra dita e a acção tomada são como pedras que voam rumo ao alvo. Por mais que tentemos as desviar da sua rota dolorosa, acabam por embater no sítio mais frágil e provocar dano.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Na encruzilhada da vida...
A vida dá muitas voltas! É o que se costuma dizer... Mas todos nos queixamos de que quando as coisas não parecem mudar, estamos estagnados no tempo. Ora é esta a dicotomia que uma pessoa enfrenta quando se aproxima de um ponto de viragem na sua vida.
Por uma lado há coisas que não queremos que mudem, e às quais nos apegámos com o correr da areia na ampulheta. Por outro, um sentido de que queremos coisas novas, novos desafios e conquistas.
No meu caso concreto, estou finalmente a culminar uma caminhada que demorou bem mais que o previsto mas que, como todas as boas caminhadas, rendeu mais pelo passeio que pela chegada ao destino. A aprendizagem e o crescimento pessoal são os melhores frutos que colhi nestes anos. Sei fazer muitas coisas, a diversos níveis. Melhorei muito a minha capacidade de me relacionar com qualquer espectro de pessoa, e a trabalhar em grupo de forma muito mais eficiente.
Sinceramente, acho que sou uma pessoa bem capaz de trabalhar de forma acima da média e de ter sucesso. O meu perfeccionismo agora já não interfere com a produtividade, e sei que sou capaz de completar tarefas que dantes me pareciam demasiado difíceis ou aborrecidas. Cresci, acima de tudo.
Sinceramente, acho que sou uma pessoa bem capaz de trabalhar de forma acima da média e de ter sucesso. O meu perfeccionismo agora já não interfere com a produtividade, e sei que sou capaz de completar tarefas que dantes me pareciam demasiado difíceis ou aborrecidas. Cresci, acima de tudo.
O futuro ainda é incerto, mas se acreditar em mim e nas ferramentas que me foram fornecidas, penso que será bem risonho.
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