segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Vazio de ideias

Não vai voltar a ser o que era... Não há como. Sofro só de pensar. Pode até voltar a acontecer que viva momentos semelhantes. Mas a confiança, a paz, a inocência de tudo o que é bom e saudável perdeu-se.
O coração estremece no escuro da noite, no silêncio esmagador da ausência da tua respiração. O teu corpo velado na luz pardacenta e nos dedos da escuridão não mais será verdadeiramente meu. O teu coração não mais guardará o que o meu lhe transmite da mesma forma. Quero tudo para mim e sofro por não o poder ter.
Triste é aquele que viveu na fartura e agora tem que ser contentar com doses racionadas. Infeliz o que teve por inteiro e agora é forçado a dividir.
Estas linhas escrevo apenas na busca da catarse. Mas de pouco me servem. De que parco consolo me servem palavras atiradas ao vento no pico da minha insatisfação. A verdade é que o que foi não torna a ser. O entusiasmo dá lugar ao receio. O êxtase à frustração. O prazer converte-te em pequenas dores semeadas num campo de coisas quotidianas.
Sonho com os tempos que já foram, com as alegrias que já vivemos, os segredos e coisas só nossas que partilhámos. Cruel é o despertar, encarar a chegada do dia que irrompe pelo horizonte sem a esperança de outrora. Apenas pequenas centelhas de luz restam da grande fogueira. Marcadas pela luz que já passou e que se gravou na retina, mas que por comparação não iluminam mais que uma vela que definha. Definha também o meu espírito aos poucos com ela. Sem esperança não há mais nada.

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